sexta-feira, 29 de abril de 2016

Cineclube CineRua promove edição especial pelo retorno do Cine Olinda

Programação acontece na quinta (5) a partir das 19h com filmes, trilha sonora ao vivo, VJ, show de Erasto Vasconcelos e feira de artes no Cine Olinda; equipamento está fechado há mais de 40 anos


Realizada em parceria com o movimento Ocupe Cine Olinda e o Ponto de Cultura Cinema de Animação, o Cineclube CineRua#4: Sapo Cururu será na quinta (5), às 19h, ao lado do Cine Olinda. O objetivo é questionar os descaminhos do Cine Olinda, fechado para reformas há mais de 40 anos e estimular propostas para sua reativação. Além da programação de cinema, haverá feira de arte, videomapping, trilha sonora ao vivo e show de Erasto Vasconcelos. O acesso a todas as atividades é gratuito, exceto o show "A Hora é Essa”, de Erasto Vasconcelos (com Malícia Champignon), que será realizado no Bar Xinxim da Baiana com ingressos a R$ 5.

Para esta sessão especial foi preparado um programa especial de curtas que dialogam com o sítio histórico e com o próprio Cine Olinda. Serão exibidos "Bajado" (2015), de Marcelo Pinheiro, "Milagres" (2015), de Adalberto Oliveira, "Os filmes que moram em mim" (2015), de Caio Sales, "Resgate Cultural – o filme" (2001), “Mestre Nado: a terra, a água, o fogo e o sopro”(2013), de Tila Chitunda, “Cotidiano” (1980), de Lula Gonzaga, “Hospedeira” (2014), de Rita Carelli e “A vida noturna das igrejas de Olinda” (2012), de Mariana Lacerda. Após a sessão, haverá debate com os realizadores. O programa se completa com a exibição especial de “Noturno em Ré-cife Maior” (1981), de Jomard Muniz de Brito, com trilha sonora ao vivo do músico e compositor Johann Brehmer.

Antes da sessão será lançado um manifesto pela volta do cinema, com reivindicações aos governos municipal, estadual, IPHAN e demais instituições do poder público. Conduzidas pelo Iphan, as obras do Cine Olinda encontram-se atualmente paradas por falta de verbas e problemas com a empresa prestadora de serviço.

O nome do evento evoca a memória da Mostra de Cinema Sapo Cururu, que teve duas edições no Cine Olinda e foi criada na década passada para questionar a curadoria do festival Cine PE. Trazendo a discussão para o tempo presente, o cineclube se alinha politicamente à Associação Brasileira dos Documentaristas (ABD-PE), que recentemente evidenciou em carta aberta a histórica ausência de diálogo do Cine PE com o segmento audiovisual e problematiza a forma de financiamento deste evento, que se utiliza de recursos estaduais via Empetur pelo antigo sistema de ‘balcão’, enquanto os demais eventos de cinema se submetem ao edital do Funcultura.

Histórico - O Cineclube CineRua é a primeira ação continuada do movimento #CineRuaPE, fundado no ensejo de reunir esforços, promover atividades, estratégias e a conscientização da importância de se preservar os poucos cinemas de rua que restam no Estado. As três primeiras sessões aconteceram em frente ao Teatro do Parque, fechado para reforma desde 2010. Ao propor exibições periódicas até que o Teatro do Parque seja entregue novamente à população, o cineclube pretende manter viva a memória deste e outros cinemas de rua de Pernambuco.

Sobre o cinema - O Cine Olinda iniciou seu funcionamento em 1911, como CineTheatro de Variedades. Nos anos 1920, ganhou o atual nome. O artista plástico Bajado foi funcionário, e cartazista no local. Funcionou até a década de 1970, sendo desapropriado pela Prefeitura de Olinda em 1979. Há cerca de 14 anos o imóvel começou a passar por reformas estruturais e até o momento não foi reaberto.



Programação:


19h –Videomapping VJ Mozart + Feira de arte


20h - Sessão de Curtas

Programa 1(76’)

"Bajado" (PE, 2015, HD, doc, 19’), de Marcelo Pinheiro
“Cotidiano”, (PE, 1980, Super8, experimental, 5’35’’), de Lula Gonzaga
"Resgate Cultural - o filme" (PE, 2001, 16mm, fic, 20’), de Telephone Colorido
“Encantada” (PE, 2014, HD, doc, 11’), de Lia Letícia
"Milagres" (PE, 2015, HD, doc, 20’), de Adalberto Oliveira

Programa 2(65’)

"Mestre Nado: a terra, a água, o fogo e sopro" (PE, 2013, HD, doc, 17’), de Tila Chitunda,
“Hospedeira” (PE, 2014, HD, fic, 12’), de Rita Carelli
"Os filmes que moram em mim" (PE,2015, HD, fic, 14’), de Caio Sales
“A vida noturna das igrejas de Olinda” (PE, 2012, HD, 19’), de Mariana Lacerda

Programa 3(35’)
“Noturno em Ré-cife maior” (PE, 1981, Super8, cor, 35’), de Jomard Muniz de Brito
* Trilha sonora ao vivo de Johann Brehmer


23h – Show “A Hora é Essa”, de Erasto Vasconcelos (com Malícia Champignon)
Local: Bar Xinxim da Baiana


Serviço:
Cineclube CineRua
Quando: 5 de maio (quinta), às 19h
Onde: Cine Olinda (Praça do Carmo – Olinda)
Entrada franca
Informações: 99675-6252


Show de Erasto Vasconcelos - “A Hora é Essa”(com Malícia Champignon)
Quando: 5 de maio (quinta), às 23h
Onde: Xinxim da Baiana (Av. Sigismundo Gonçalves, 742 – Carmo)
Quanto: R$ 5
Informações: (81) 3439-8447


Informações para a imprensa:
Priscila Urpia - (81) 99617-6008



Sinopses dos filmes:

"Bajado" (PE, 2015, HD, doc, 19’), de Marcelo Pinheiro
Documentário com diversas abordagens e interpretações da vida e obra do genial pintor popular, Euclides Francisco Amâncio, que se autointitula “Bajado, um artista de Olinda” e que por muitos anos foi funcionário e cartazista do Cine Olinda.

“Cotidiano “, (PE, 1980, Super8, experimental, 5’35’’), de Lula Gonzaga
O futuro do planeta é predestinado à fome e à violência?

"Milagres", de Adalberto Oliveira
Documentário investiga a relação de mulheres de gerações distintas com a Praia dos Milagres, em Olinda. Através de depoimentos, material de arquivo e registros atuais, o filme revela múltiplos olhares femininos e seus vínculos com o mar que, com o avanço progressivo, fez daquela vila litorânea uma vítima histórica das altas marés.

"Resgate Cultural - o filme", de Telephone Colorido *sessão comemorativa de 15 anos
As forças rebeldes são severamente reprimidas pelo batalhão de abafamento de operações anti-bairrista ao sequestrarem o filósofo Ariano Suassuna.

“Encantada” (PE, 2014, HD, doc, 11’), de Lia Letícia
A rainha encantada vai retomar sua ilha.

"Os filmes que moram em mim", de Caio Sales
Tenho impressão de que certas imagens com as quais convivo são espécies de fissuras, fendas que, apesar de desconhecer sua profundidade, não me resta escolha senão a de atirar-me dentro delas.

"Mestre Nado: a terra, a água, o fogo e sopro" (PE, 2013, HD, doc, 17’), de Tila Chitunda,
Mestre Nado nasceu em Olinda, Pernambuco, é oleiro de profissão, tendo se dedicado especialmente à fabricação da quartinha de barro. Com a chegada das geladeiras no sertão, o mercado para a quartinha de barro diminuiu muito (no auge da profissão, Mestre Nado chegou a fazer cem quartinhas por dia). Foi quando buscava transformar a quartinha em apito que descobriu a ocarina. Hoje dedica-se à produção e comercialização destes instrumentos. Ele os executa acompanhado por instrumentos de percussão, criados por ele e seus filhos.


“Hospedeira” (PE, 2014, HD, fic, 12’), de Rita Carelli
Fazia-se na floresta um trabalho secreto do qual ela começava a se aperceber.

“A vida noturna das igrejas de Olinda” (PE, 2012, HD, 19’), de Mariana Lacerda
Quando anoitece em Olinda.


“Noturno em Ré-cife maior” (PE, 1981, super8, cor, 35’), de Jomard Muniz de Brito
Filme flutuante do teatro ao cinema, interiores e exteriores, imagens dialogando com a voz e a musicalidade de todos os tropicalismos. Colagens, citações, bricolagens, memórias roubadas entre o nacional-popular e o internacionalismo pra-pular. Sejamos, portanto, co-autores e espectadores assumindo em particípio presente – escrevivendo, cinevivendo – nossas errâncias do vampirismo, dissipações, paradoxos e polimorfismos.


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