segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Doenças causadas pelo tabaco servem de alerta

Que o tabaco é prejudicial à saúde não é novidade para ninguém. Mas, de acordo com a Organização Mundial de Saúde a cada seis segundos uma pessoa morre em decorrência de doenças relacionadas do tabaco. Esse número equivale a 6 milhões de óbitos por ano e acredita-se que em 2030 mais de 8 milhões de pessoas morram anualmente por causa desses problemas. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a prevalência de fumantes adultos reduziu nos últimos anos, mas o consumo masculino ainda é superior ao das mulheres.


Além de ser um importante causador do câncer, o tabaco provoca a redução do colesterol bom (HDL), aumento da acidez do estômago, acelera o envelhecimento celular e aumenta em até três vezes as chances de AVC. Mas o que poucos falam é que o fumo do tabaco também está ligado ao desencadeamento de alergia, asma e infecções respiratórias.

É muito comum, após entrar em contato com a fumaça do cigarro, algumas pessoas notarem coceira no nariz, espirros constantes e tosse persistente. “Isso acontece porque tanto o tabaco como a nicotina são substâncias que desencadeiam crises alérgicas em pacientes com predisposição”, explica a alergologista do Hapvida Saúde, Michelle Leão.

Esses sintomas aparecem pelo fato de a fumaça agir como um alérgeno (que induzem a uma reação alérgica), ou seja, uma substância que age promovendo a liberação de histamina pelos mastócitos (células do tecido conjuntivo), que é a substância responsável por todos os sintomas alérgicos.
Aparentemente inofensivos, a alergologista alerta para problemas alérgicos mais graves. “Eles podem ir de simples espirros, coriza e obstrução nasal até sintomas de asma como dificuldade para respirar, tosse seca e, em casos mais graves, doenças pulmonares crônicas como o enfisema pulmonar.” Os sintomas variam de acordo com o tempo de exposição, podendo ser contínuos ou intermitentes.
E não precisa ser fumante para ter esses tipos de problemas, a alergia atinge os fumantes passivos tanto quanto ou mais que os ativos. E isso pode ser uma situação alarmante, principalmente para as crianças, que correm o risco de ter sua saúde prejudicada pelo contato indireto com a fumaça do cigarro.



Fumo passivo infantil: riscos são ainda maiores

É até irônico, mas o local onde a saúde das crianças mais corre perigo neste aspecto é dentro da própria casa, como explica a pediatra do Hapvida Saúde, Maria Dalvaci Soares. “Pais e mães fumantes, e até mesmo outros membros da família, dificilmente conseguem controlar a exposição dos filhos à fumaça em suas residências, então é bastante difícil quebrar este ciclo.”

Apesar de o fumo passivo trazer vários problemas à saúde dos adultos, é nas crianças onde eles se agravam mais. Quando são expostas à fumaça do cigarro, as crianças podem desenvolver ou piorar (caso já apresentem) quadros de alergias respiratórias, asma e até problemas pulmonares, como é o caso do remodelamento pulmonar, que é quando a fumaça provoca uma inflamação crônica e, na tentativa constante de sanar, o órgão acaba alterando seu formato.

A especialista ainda alerta que as crianças expostas à fumaça do cigarro podem desenvolver muito mais doenças, já que ela atinge diretamente o sistema imunológico, parte ainda em desenvolvimento nessa idade. Outro fator é a estrutura física das vias aéreas infantis, elas são mais estreitas e mais suscetíveis aos malefícios do cigarro.


Portanto, é preciso pensar duas vezes antes de fumar perto de uma criança. “A principal medida que os pais podem tomar é parar de fumar ou evitar fazê-lo dentro de casa. Assim eles reduzem a exposição e impedem que os filhos inalem as substâncias tóxicas presentes na fumaça. Mas é preciso que a mídia invista mais em campanhas para esclarecimentos e motivar a conscientização dos pais”, recomenda Maria Dalvaci.

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