sábado, 18 de abril de 2015

Petrúcio Amorim lança disco e biografia para celebrar 30 anos de carreira

Petrúcio Amorim e o filho Pecinho Amorim
Petrúcio Amorim se emociona ao visitar o Museu Cais do Sertão, no Bairro do Recife. A reprodução de uma casinha simples, com paredes de barro e móveis antigos, o fez lembrar do lugar onde morou, no bairro do Vassoural, em Caruaru, no Agreste. O cantor e compositor de 56 anos celebra três décadas de carreira e lança, neste mês, o disco Petrúcio Amorim 30 anos de forró - coletânea com os principais sucessos da trajetória. “Passa um filme na cabeça. Fui criado na simplicidade, lembro dos momentos conversando ‘miolo de pote’ na mesa da cozinha e da minha mãe, que alimentava cinco filhos com muito sofrimento. Me transportei aos anos 1960”, conta.

Petrúcio pegou a estrada em 1976, aos 17 anos, para trabalhar como ajustador mecânico no Recife. Sua mãe era costureira e o pai marceneiro. Histórias como essa estão na biografia Petrúcio Amorim, o poeta do forró, assinada por Graça Rafael, prevista para setembro. O primeiro show foi em Caruaru, em 1985, no Palhoção de Zé Luzia. “A partir do ano em que me dediquei e pus os pés na estrada, o pão que ganhei foi com meu violão, meus discos”.
Foi o amigo Jorge de Altinho que deu a primeira oportunidade, em 1981, gravando Confidência. Duzentas músicas gravadas depois, o pernambucano já teve sucessos consagrados por Flávio José, Alcymar Monteiro, Santanna e Dominguinhos. No início, ele ainda servia na Aeronáutica e teve que trocar o avião pelo violão. “Tinha um emprego federal, o sonho de ser sargento, mas vi que minha tendência era musical”.
Ele recebeu influência de grandes ídolos como Elba Ramalho, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Djavan, Fagner e Zé Ramalho, na década de 1980. “Aprendi com eles a compor e a chegar mais perto do povo com minha obra”. Por muitos anos, ficou longe dos palcos e escreveu sobre fatos do cotidiano. “Fazer música é fácil, todo mundo faz. O difícil é fazer música com a qual as pessoas se identifiquem”, comenta.
Outros parceiros musicais, como Leonardo Sulliver, Rogério Rangel e Maciel Melo, influenciaram sua obra. Ele canta o forró de asfalto, que destaca o lado urbano. “O êxito das minhas músicas foi procurar um lado social que abrangesse a cultura do Nordeste. Não falo de tristeza, sempre falei do amor e mostrei as nossas deficiências”.
Nos anos 1990, compôs para bandas Mastruz com Leite, Cavalo de Pau, Catuaba com Amedoim e Limão com Mel. “Foi quando minhas músicas passaram a tocar em todas as rádios do Brasil e ganhei um melhor retorno financeiro, com direitos autorais”, relembra.
O trabalho como cantor só foi reconhecido a partir de 1995. “Isso é consagração. Pegar o seu violão, dar os primeiros acordes e ver as pessoas cantando junto não tem preço. Enquanto houver força e saúde, estarei cantando e mostrando minha poesia. Esses 30 anos são uma grande realização profissional”. 
Considera um dos melhores trabalhos o DVD Na boleia do destino (2006), documentário gravado no Teatro de Santa Isabel. “As pessoas conheciam as músicas, mas não sabiam quem era o compositor. Esse DVD me fez ultrapassar fronteiras, fiquei conhecido em outros estados do Brasil e até na Europa”, conta.
Petrúcio Amorim 30 anos de forró terá tiragem limitada. O álbum duplo com 30 faixas terá 10 mil cópias para venda e distribuição. O lançamento está marcado para 9 de maio, com show especial na Casa da Rabeca, em Cidade Tabajara, Olinda.  
Fonte DP

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