quarta-feira, 1 de abril de 2015

1º de abril – Mentira pode ser banal ou patologia

Psicóloga explica os níveis e como analisar os prejuízos de uma mentira
A mentira, mesmo condenada pela maioria das pessoas, é mais comum e corriqueira do que se imagina. O assunto já foi tema de filmes e de histórias famosas, como o caso de Marcelo Nascimento da Rocha conhecido por ter sua vida retratada no livro “VIPs – Histórias Reais de um Mentiroso”, de Mariana Caltabiano. A história apresenta os golpes e mentiras que ele praticou, um deles – talvez o mais conhecido- quando se passou por herdeiro de uma companhia aérea.


Este caso reflete uma situação mais extrema, mas no dia 1º de abril, conhecido como o Dia da Mentira, pessoas de todo o mundo brincam umas com as outras, pregando peças. No Brasil, a data começou a ser difundida em Pernambuco com a circulação do jornal “A Mentira”, lançado em 1º de abril de 1848, com a falsa notícia do falecimento de Dom Pedro.

Desde então, a data é sempre lembrada, mas nos outros dias do ano é comum convivermos com mentiras, sejam de familiares, amigos, companheiros ou políticos. A psicóloga do Hapvida Saúde, Lívia Vieira de Melo, explica que todas as pessoas mentem, seja de forma mais leve ou prejudicial, a pesar da prática ser sempre condenada. “Aprendemos desde cedo a mentir para sermos aceitos no meio social, mentimos para nos auto afirmarmos, para inflar o nosso próprio ego, por conveniência, como estratégia de sucesso, ou para sermos amados e acolhidos”, afirma.

De acordo com a psicóloga, a sociedade tenta fugir do peso das mentiras e intitulou as leves omissões, as que não causam danos, de ‘mentiras brancas’. “Há mentiras em várias áreas da atividade humana como a mentira religiosa, por omissão, a convencional, a política, a conjugal e nas relações sociais”, esclarece.

No entanto, é preciso analisar as mentiras e pontuá-las de acordo com os prejuízos ou danos que possam causar nos relacionamentos pessoais e profissionais, já que pode ser algo patológico. A especialista do Hapvida Saúde explica que além de Síndrome de Münchhausen -que é um transtorno de personalidade-, em estágios graves de depressão, bulimia, anorexia, cleptomania e dependência química, é comum que as pessoas mintam compulsivamente para omitir o seu comportamento.

Por este fator, é preciso saber distinguir a mentira banal da mentira psicopática, como orienta Lívia Vieira. “Os psicopatas mentem sem culpa, mentem friamente e utilizam a mentira como ferramenta de trabalho, um meio de vida. São pessoas que mentem sem motivo, são narcisistas e capazes de tudo para alcançar os seus objetivos”, assegura.

Nos casos em que a mentira toma uma proporção maior ou, mesmo de forma mais branda, incomoda quem está por perto, a recomendação é se afastar. Segundo a psicóloga, é difícil mudar o outro, portanto é uma questão de escolha e livre-arbítrio, e se alguém sente que a mentira o prejudica, o ideal é buscar a sua própria verdade. A partir disso, de acordo com a especialista, é possível distinguir os prejuízos da mentira e agir com sensatez, tendo em vista que nem sempre é preciso entrar em conflitos para resolver problemas deste tipo.

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