quarta-feira, 16 de julho de 2014

Fé e gratidão em cortejo para Nossa Senhora do Carmo

Sentimentos de fé, gratidão e devoção levaram milhares de católicos a tomar as ruas do Centro do Recife, no início da noite de ontem. Comandada pelo arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, a procissão de Nossa Senhora do Carmo encerrou a programação religiosa da 318ª edição da festa em homenagem à padroeira da cidade, iniciada no dia 6 de julho, na Basílica do Carmo, no bairro de Santo Antônio.


O cortejo saiu do Pátio do Carmo às 17h30. Coroinhas de várias paróquias formaram um cordão de isolamento para abrir espaço no meio da multidão que se espremia para tocar no andor de Nossa Senhora, que, com seus cinco metros de altura, chegou a esbarrar na fiação elétrica.

Entre os fiéis, o funcionário público Clóvis Araújo, 53 anos. “Há dois anos, exatamente no dia 16 de julho, precisei fazer uma cirurgia no coração e tive a graça de sair vivo. Como pagamento à promessa que fiz, vou acompanhar a festa do dia 16 até o fim da vida. Não é sacrifício, é agradecimento”, afirmou.

Em meio a cânticos, mãos erguidas e gritos de viva à Nossa Senhora – nomeada padroeira do Recife a pedido do povo, em 1909 – a procissão seguiu pelas avenidas Martins de Barros, Guararapes e Dantas Barreto, retornando à Basílica cerca de uma hora e meia depois. Enquanto muitos se voltavam para a festa profana (com shows, barracas de comida e bebida e parque de diversões), na igreja muitos continuaram suas demonstrações de fé, iniciadas às 5h, com missas de hora em hora.

A última foi celebrada por dom Fernando, às 15h40. O arcebispo falou sobre a evolução da província carmelita, destacando seus 270 anos em Pernambuco, criticou o culto ao corpo e aos bens materiais e chamou os fiéis à responsabilidade de pregar a palavra de Deus. “Há muitos católicos pelo batismo, mas na Igreja não são tantos”, ressaltou.


Seguindo os passos da mãe e da avó, Anair Guedes, 25, participou da missa com ela e as três filhas pequenas. “Aos 7 anos fui curada de um forte cansaço e acompanhei a procissão descalça, vestida de amarelo. Minha filha de 6 anos também está curada e minha mãe venceu um câncer há dois anos. Só temos o que agradecer”, disse. Aos 79 anos e batizada com o nome da santa, Maria do Carmo resumiu com alegria: “Minha maior graça é ter os quatro filhos e seis netos bem encaminhados, com saúde e vivendo em paz. É só o que peço. Pra que mais?. Fonte JC

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